Metodologia XP (eXtreme Programming) – Breve histórico da XP

Esta série de artigos sobre Metodologia XP de desenvolvimento é uma versão compacta do trabalho de conclusão de curso (TCC) onde o título original da monografia em que foi baseada esta série é:

O USO DA METODOLOGIA XP NO DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARE E OS IMPACTOS NA GESTÃO DE RISCOS


Toda semana, sempre às segundas-feiras, postaremos uma parte ou capítulo da monografia, o que totalizará 10 semanas de postagens. No capitulo de hoje, abordaremos o tópico “Breve histórico da XP” onde conheceremos as origens da extreme programming e os primeiros desenvolvedores que adotaram esse conjunto de princípios que resultou no surgimento dessa metodologia de desenvolvimento ágil.

Sumário do artigo “Metodologia XP”:

Metodologia XP ( eXtreme Programming )

Breve histórico da XP

Extreme Programming, ou simplesmente XP é uma das mais conhecidas metodologia de desenvolvimento de software que segue os princípios do Manifesto Ágil. Embora seu marco de criação seja o ano de 1996, a junção de princípios e boas práticas de programação são frutos de um processo de evolução de pelo menos uma década em que Kent Beck e Ward Cunningham trabalharam na Tektronixs, Inc. como consultores de problemas em SmallTalk (CASTRO, 2007).

Em 1996, Kent Beck foi chamado na empresa Chrysler para analisar o desempenho de projeto do C3 (Chrysler Comprehensive Compensation System – Sistema de Compensação Abrangente da Chrysler). O sistema era nada menos que o controle da folha de pagamento de aproximadamente 86 mil funcionários e o objetivo do projeto era unificar os quatro sistemas de software legado diferentes que estavam sendo usados há vinte anos. Uma tarefa um tanto difícil, mas de total importância para a Chrysler que aos poucos viu o projeto se tornar um verdadeiro caos. Havia problema em todos os processos, desde contratos irregulares a profissionais estressados e desconfiados. Foram três dias até Beck analisar todo o projeto para apresentar as seguintes opções para o CIO (Chief Information Officer) da Chrysler:

  1. deixar da forma que estava;
  2. demitir todos os funcionários e cancelar o projeto e;
  3. conceder uma semana de folga e começar o projeto do zero.

A Chrysler optou pela alternativa 3 e contratou Beck para ser responsável pelo projeto (TELES, 2006).

Depois de entrevistar várias pessoas e orientá-las no que deveriam trabalhar, Beck tinha esquematizado e nomeado as práticas básicas do XP. Os trabalhos começaram em março de 1996 e terminaram em maio de 1997, e mesmo com atraso de 2 meses por causa de mudanças de última hora nas funcionalidades do sistema, o lançamento foi um enorme sucesso (TELES, 2006).

A partir deste projeto na Chrysler liderado por Kent Beck, inúmeras equipes de desenvolvimento ao redor do mundo vêm adotando XP com sucesso, especialmente nos Estados Unidos e Europa. Aqui no Brasil, os valores e práticas veem sendo adotados desde 1998, mas ainda há poucas equipes que conduzem seus projetos utilizando a XP de forma completa (CASTRO, 2007).

De acordo com Teles (2006), não é correto afirmar que este projeto foi o “berço” do XP, afinal seus princípios e práticas foram sendo evoluídas pelo menos durante uma década. Mas com certeza, essa foi a oportunidade que Beck teve para aplicar de forma coesa todas as práticas do XP e, além disso, foi durante este projeto que as práticas foram batizadas com os nomes atuais.

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Observação: Todos as referências serão creditadas no último artigo da série.